Principais tipos de plano de saúde empresarial e custos envolvidos

26 de jul. de 2023
Última alteração 26 de fev. de 2024

Atrair talentos é uma tarefa árdua, mas perder seus melhores colaboradores pode ser ainda mais prejudicial. Pesquisas mostram que os custos com turnover e novas contratações podem chegar a quase o dobro do salário anual de um colaborador. Então, como atrair e reter bons profissionais? Há muitos fatores que podem afetar isso, mas um que vale a pena examinar é o plano de saúde empresarial. Segundo um estudo da Robert Half, a assistência médica é considerada um dos benefícios mais importantes pelos candidatos ao analisar propostas de emprego. É um auxílio que pode ajudar a melhorar a saúde e a qualidade de vida dos membros da equipe e reduzir os custos com o absenteísmo e licenças resultantes de doenças ocupacionais.

No entanto, muitas empresas, sobretudo as pequenas, podem se perguntar: quais são os custos do plano de saúde empresarial para elas enquanto empregadoras? Vale a pena investir? Neste guia, trazemos informações sobre os gastos envolvidos em um plano de saúde corporativo, para que você tenha uma boa ideia de quanto custa e quais são as opções disponíveis.

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O que é um plano de saúde empresarial

Em essência, um plano de saúde empresarial ou corporativo é um convênio que oferece cobertura de assistência médica destinada a todos os integrantes de uma organização, o que inclui colaboradores, líderes, administradores, sócios, dependentes e, em alguns casos, aprendizes e estagiários. A empresa pode arcar com os custos de forma integral ou parcial e, neste último caso, os participantes devem se responsabilizar por parte das taxas e despesas.

Alguns planos incluem colaboradores aposentados e podem permitir diferentes números de dependentes, de acordo com a modalidade contratada pela empresa e as categorias disponibilizadas pela rede conveniada. Além disso, planos de saúde corporativos costumam ter preços menores em comparação com as opções individuais ou familiares, uma vez que os riscos ficam diluídos devido ao número de clientes.

Mas quantas empresas oferecem plano de saúde empresarial? De acordo com um levantamento feito pela corretora de planos corporativos Pipo Saúde, cerca de 91% das empresas brasileiras oferecem plano de assistência médica às suas equipes. Mais da metade delas, 52%, adota o modelo compulsório (disponibilizado a todo o quadro de colaboradores), enquanto os outros 48% adotam modelos mais flexíveis. Por outro lado, a maioria dessas organizações (73%) são de grande porte, com mais de 500 colaboradores. Já o plano odontológico, também muito estimado por profissionais de RH, é oferecido por 68% das firmas no país.

É importante ter em mente que oferecer um plano de saúde empresarial é uma ótima forma de obter uma vantagem competitiva no mercado na hora de atrair e reter talentos. Benefícios relacionados à saúde estão entre os mais valorizados pelas pessoas em busca de emprego.

O que a legislação brasileira diz sobre planos de saúde empresariais

lei 9.656/98, mais conhecida como Lei dos Planos de Saúde, regulamenta a forma como as organizações contratantes devem proceder e como as operadoras de serviços de saúde devem funcionar. De acordo com a legislação, o plano de saúde é um benefício opcional, tanto por parte da empresa empregadora quanto do colaborador. Ou seja, o convênio não é obrigatório por lei e um membro da equipe pode se recusar a participar caso não tenha interesse.

Por outro lado, o artigo 8º, parágrafo 3º, da mesma lei, estabelece a obrigação de a empresa manter a continuidade da prestação dos serviços de saúde no caso de internação ou tratamento de um colaborador. Além disso, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) definiu um rol mínimo de procedimentos e atendimentos que devem estar presentes no plano. A lista pode sofrer alterações periódicas e deve ser acompanhada.

Tipos de planos de saúde empresariais

Embora um plano de saúde empresarial possa promover o impulso de recrutamento que você está procurando, não existe uma abordagem única que sirva para todas as empresas. Há opções de cobertura de assistência médica que funcionam bem em diferentes situações. Confira quais são os tipos mais comuns e o custo de cada um para os empregadores.

Plano de saúde integral

Também é conhecido como plano coletivo empresarial. Dependendo da modalidade, algumas operadoras podem exigir pelo menos 100 integrantes ou até um número maior para participação, mas também há opções para micro e pequenas empresas.

Nesse caso, a empresa arca com o valor total da mensalidade do convênio, o que significa que os colaboradores e seus dependentes não precisam pagar ao usar o plano. No entanto, é feito um desconto na folha de pagamento que, segundo a CLT, não pode exceder 30% dos ganhos do colaborador, e deve ser somado a outros benefícios, como INSS, FGTS, vale-refeição e semelhantes.

Segundo a Pesquisa Anab de Planos de Saúde, encomendada pela Associação Nacional das Administradoras de Benefício ao instituto Bateiah Estratégia e Reputação, e publicada no portal Medicina S/A, 81% das pessoas entrevistadas disseram que o receio da falta de acesso a tratamentos médicos aumentou após a pandemia de coronavírus. Por ser um dos benefícios corporativos mais valorizados pelos profissionais em uma empresa, trata-se de um investimento não só na qualidade de vida e saúde dos colaboradores, mas também em sua satisfação e engajamento.

Para pessoas na faixa etária de 29 a 33 anos, por exemplo, o plano de saúde dessa modalidade tem um custo médio de R$ 358,00 mensais por indivíduo para as empresas no país. Já para a faixa etária de 34 a 48 anos, o valor sobe para R$ 554,00. Observe, porém, que as tabelas de preços sofrem ajustes periódicos e cada operadora de saúde tem uma política de preços diferente, além das particularidades de cada categoria de convênio.

Lembrando também que existem muitos planos de saúde para MPE (micro e pequenas empresas) e PME (pequenas e médias empresas) disponíveis no mercado que oferecem condições especiais. O funcionamento segue a mesma linha, mas com planos e custos voltados para grupos menores.

Plano de saúde por coparticipação

Em resumo, no plano por coparticipação, a empresa e os colaboradores dividem a conta dos procedimentos cobertos pelo plano. É um modelo bastante atrativo para as partes envolvidas, em particular para a equipe de RH que precisa definir a melhor alternativa ao oferecer o benefício.

Nesse contexto, o empregador arca com a mensalidade do plano e cada colaborador é responsável por pagar um valor adicional relativo ao uso do convênio em consultas, exames, tratamentos, internações e afins. A taxa paga por cada indivíduo gira em torno de 10% a 40% do valor que a empresa paga, de acordo com cada operadora. O desconto é feito na folha de pagamento, em um período que pode variar de 60 a 90 dias.

Esse é um modelo muito popular no Brasil e oferece vantagens de custo. Por um lado, o valor da mensalidade paga pelo empregador é menor e, por outro, os tratamentos se tornam mais acessíveis para as pessoas interessadas. Segundo a pesquisa da Pipo Saúde citada anteriormente, quase metade (49%) das empresas brasileiras optam pela categoria de coparticipação.

Seguro-saúde empresarial

Há ainda uma outra opção para as empresas: o seguro-saúde empresarial. Ao contrário do plano de saúde, o seguro não “prende” os colaboradores segurados a profissionais, clínicas e laboratórios predefinidos. Nessa modalidade, mesmo havendo uma rede referenciada em alguns casos, há liberdade para escolher o profissional ou instituição de saúde desejada, e o indivíduo deve arcar com os custos para, depois, ser reembolsado pela seguradora. Tais reembolsos podem ser integrais ou parciais, a depender do tipo de seguro contratado, das diretrizes da seguradora e do acordo feito entre a empresa e os membros de sua equipe.

Seu funcionamento é semelhante a um seguro tradicional. A empresa paga o prêmio (mensalidade), que pode variar conforme o risco potencial de futuros custos com tratamentos, o número de participantes, a cobertura oferecida e o tipo de reembolso feito.

A grande limitação de um seguro-saúde é que os colaboradores precisam pagar os custos do seu próprio bolso ao procurar atendimento médico e só depois solicitar o reembolso. É necessário fazer o pagamento no ato da consulta, exame ou outro procedimento. Isso pode ser um problema para algumas pessoas, por isso considere o que é mais adequado para sua equipe.


Mas, afinal, qual é a vantagem de oferecer um convênio de saúde? Em suma, você pode realmente atrair talentos para a sua empresa com um plano de saúde empresarial, além de reter profissionais de alto desempenho. De acordo com o “Relatório de bem-estar 2022”, da Betterfly, o “plano de saúde” foi citado por 26,6% dos participantes como o benefício mais importante para aumentar o bem-estar no local de trabalho. Se for uma pequena empresa, isso pode conceder uma vantagem adicional para o recrutamento e a retenção, pois nem todas as organizações desse porte oferecem plano de saúde, e já vimos que as pessoas preferem trabalhar em um lugar que tenha um benefício do tipo. Já no caso de grandes instituições, com tributação por regime de lucro real, é possível também abater os custos do plano no imposto de renda.

Fatores que afetam os custos do plano de saúde empresarial

Se você está considerando oferecer um plano de saúde empresarial, o que afeta o valor pago? Há diferentes informações que devem ser levadas em conta na formulação dos preços de um convênio e cada operadora tem a sua própria tabela. Veja como é feita a precificação mais comum no setor:

  • Preço para empresas de 2 a 29 vidas;
  • Preço para empresas de 30 a 99 vidas;
  • Preço para empresas acima de 100 vidas.

De maneira geral, os preços são tabelados para os casos de 2 a 99 indivíduos. Já as empresas com mais de "99 vidas” podem ter o valor definido após análise do departamento técnico da operadora de saúde, por exemplo.

Devido à diversidade de opções e categorias de serviços, assim como o próprio número de colaboradores de uma empresa, pode haver uma grande variação. Algumas organizações pagam mais e outras pagam menos. Sendo assim, confira alguns dos principais fatores que influenciam o custo do plano de saúde em grupo:

Grupo demográfico dos colaboradores

Se você tem um grupo de colaboradores em uma determinada faixa etária ou sem doenças preexistentes, seu plano tende a ser mais barato. Contudo, caso tenha membros da equipe que exijam maior atenção médica ou tratamentos contínuos devido a problemas crônicos, os valores para cobertura podem aumentar.

Localização

O local onde você mora afeta o custo do convênio. Se houver mais opções de plano de saúde na sua região, haverá mais concorrência, e você poderá pagar taxas menores. Em zonas metropolitanas, polos econômicos e industriais, bem como em cidades mais desenvolvidas, os preços também podem ser mais altos em comparação com o resto do país.

Tamanho do grupo

Quantas pessoas trabalham na sua empresa? Esse número determinará quantos colaboradores serão contemplados e o valor que a organização pagará. Além disso, grandes grupos podem resultar em condições mais atrativas, já que são uma clientela maior para a operadora. No geral, quanto maior for o número de participantes, menor poderá ser o custo por cada pessoa.

Fatores de inflação da área da saúde

A flutuação dos custos com serviços de saúde, medidos principalmente pelos índices VCMH (Variação de Custos Médicos Hospitalares) e CMH (Custo Médio por Paciente), também pode influenciar os valores pagos pela sua empresa. Apesar de ter havido um aumento nos anos anteriores por razão do alto número de internações durante a pandemia, a pesquisa da Global Medical Trends 2023, produzida pela WTW, prevê uma ligeira queda da tendência de tais custos no Brasil, alcançando o patamar de 14,8% em 2023, em comparação com 15,9% em 2022.

Cobertura do plano adquirido

Os vários elementos envolvidos no plano contratado, como dedutíveis, coparticipações, acomodações, entre outros, podem afetar o valor que você paga. Além disso, as categorias de cobertura, serviços e tipos de atendimento são um grande fator determinante dos gastos com o convênio de saúde. Veja alguns exemplos das modalidades mais comuns no mercado:

  • Plano de referência: completo, com todas as categorias de atendimento médico e laboratorial.
  • Plano ambulatorial: básico para consultas e exames, com limitação de horas para internação hospitalar e algumas condições para determinados tipos de tratamento.
  • Plano hospitalar: amplo, com suporte hospitalar para internação, procedimentos e cirurgias.
  • Plano hospitalar com obstetrícia: semelhante ao anterior, incluindo também assistência durante a gravidez e no pós-parto.
  • Plano segmentado: pode englobar uma combinação específica de serviços, como ambulatoriais, internação, cirurgia, tratamentos e especialidades.
  • Plano odontológico: inclui consultas, atendimentos de urgência, exames, procedimentos e outras solicitações feitas por profissionais de odontologia habilitados.
  • Teleatendimento: os serviços são disponibilizados através de uma plataforma online, atendendo colaboradores em diferentes locais, o que diminui gastos e otimiza o tempo, com opção para atendimento presencial quando necessário.

Abrangência

Seja regional, estadual ou nacional, o campo de abrangência do plano de saúde também é um fator a ser considerado na hora de contratar um convênio. Se você tiver uma equipe espalhada pelo país, em regime anywhere office ou em outras filiais da empresa, ou até colaboradores que viajam com frequência a negócios, um plano com cobertura nacional pode ser uma boa opção.

Sinistralidade

A sinistralidade se refere aos gastos que a operadora tem para atender um determinado grupo. Para calcular a taxa de sinistralidade, a empresa compara o sinistro (custos com os beneficiários) e o prêmio (receita recebida mensalmente pelo contrato do convênio de saúde). Esse é um dos fatores que ajuda a definir o reajuste do plano. Por isso, é importante conscientizar os colaboradores a respeito do bom uso da rede credenciada e investir no bem-estar da equipe e em um ambiente de trabalho saudável, evitando que o benefício não pese no orçamento da organização.

Conclusão

Em geral, um plano de saúde é uma ótima maneira de atrair e manter os melhores talentos do setor. Sem dúvida, o custo é um fator importante quando o assunto é a cobertura de saúde. Como empregador, você tem algumas opções para oferecer esse benefício a seus colaboradores sem gastar muito. Está em busca de formas de reduzir os custos? Estamos aqui para ajudar. Reduza as despesas com assistência de saúde para sua equipe criando um plano de bem-estar que capacite seu pessoal a tomar decisões saudáveis. Afinal, nada melhor que uma abordagem preventiva, voltada para o cultivo de bons hábitos e a prática de atividades físicas, que promova a qualidade de vida. Fale hoje mesmo com um especialista em bem-estar do Gympass.

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Gympass Editorial Team

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