Bem-Estar Corporativo

Do microgerenciamento a uma autêntica liderança

29 de fev. de 2024
Última alteração 29 de fev. de 2024

Líderes altamente comprometidos podem impulsionar uma empresa em direção ao sucesso. Mas há um estilo de condução que pode atrapalhar esse percurso: o microgerenciamento. Mesmo com um grande foco em resultados, essa pode ser uma forma ineficaz (e muito estressante) de gerenciar uma equipe. Afinal, liderar não é sinônimo de exercer controle a cada passo dado pela equipe.

Quer evitar que isso aconteça ou reverter esse tipo de situação em sua empresa? Saiba mais sobre os sinais de microgerenciamento e como é possível incentivar a autêntica liderança.

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O que é microgerenciamento?

Microgerenciamento é uma forma de gestão marcada por um controle exagerado e detalhista das atividades.  Essa prática, além de gerar um ambiente de trabalho desmotivador e às vezes tóxico, pode impactar negativamente a produtividade e o desenvolvimento profissional dos colaboradores.

Muitas vezes, isso acontece com pessoas que chegam a uma posição de liderança ou gestores com ótimas intenções. Só que a intensidade ao supervisionar a equipe e crenças como “se quiser algo bem feito, faça você mesmo” passam longe das qualidades de um bom gestor e podem desencadear dinâmicas tóxicas no ambiente de trabalho.

Sinais de microgestão

Líderes que fazem microgerenciamento tendem a manter um alto nível de exigência em todas as etapas do fluxo de trabalho. Isso adiciona novas camadas de complexidade até nas atividades mais simples e corriqueiras, fazendo com que os colaboradores se sintam constantemente pressionados. Esse tipo de atuação pode se tornar evidente nos seguintes pontos:

  • Dificuldade em delegar, marcada por um contínuo envolvimento no trabalho sob responsabilidade de outras pessoas.
  • Exigência de atualizações, com possíveis pausas no que os colaboradores estiverem fazendo para reportar detalhes ou alterar determinados processos.
  • Fixação em detalhes, com correções preferenciais do que for executado/entregue pelos colaboradores.
  • Insatisfação com os resultados, principalmente quando a equipe age com autonomia.
  • Monitoramento constante, para controle de horários, atividades e comunicações (ao exigir sua inclusão nos e-mails trocados entre a equipe, por exemplo).

rotatividade da equipe também é um alerta de que isso pode estar acontecendo com um gestor. Para 73% dos profissionais entrevistados em um estudo recente, o microgerenciamento é o sinal número um de gestão tóxica no ambiente de trabalho — e 46% revelam ter saído de um emprego por isso.

A importância de evitar o microgerenciamento

Às vezes, é preciso acompanhar mais de perto a integração de novos colaboradores ou dar atenção extra ao trabalho da equipe em momentos de crise. Mas é importante evitar que o microgerenciamento se estabeleça no dia a dia. Afinal, isso pode ter consequências como:

Riscos à saúde ocupacional

O microgerenciamento é um dos fatores de risco da Síndrome de Burnout, inclusive para quem lidera uma equipe dessa maneira. Gestores “de primeira viagem” podem agir assim por se sentirem inseguros com a mudança de papel — um estudo da Harvard Business Review aponta que 65% associam isso ao esgotamento no trabalho. Além disso, uma liderança ultra controladora pode abalar a saúde e o bem-estar de todos ao gerar estresse ocupacional, que afeta o sono de 60% dos profissionais hoje em dia.

Menos engajamento e produtividade

Gestores são responsáveis por 70% das variações nos níveis de engajamento da força de trabalho e colaboradores engajados podem ser até 78% mais produtivos. Mas a tentativa de controlar cada detalhe do trabalho expressa falta de confiança na capacidade da equipe, fazendo com que as pessoas se sintam desvalorizadas profissionalmente. Assim, a microgestão pode limitar a autonomia, a criatividade e a motivação dos colaboradores, impactando os níveis de engajamento e produtividade na empresa.

Prejuízos para a empresa

Estresse e clima de desconfiança no ambiente de trabalho são fatores prejudiciais para a employee experience, a marca empregadora e as finanças da empresa. Isso representa um desperdício de valores investidos no processo de atração de talentos, por exemplo, à medida que novos colaboradores podem se sentir pouco à vontade para exercerem plenamente as suas funções. Além do mais, o microgerenciamento dificulta a retenção de talentos e pode estar por trás de um aumento da rotatividade de pessoal (voluntária ou involuntária).

Como incentivar uma gestão engajadora em vez do microgerenciamento

Fatores como perfeccionismo, falta de planejamento estratégico e insegurança diante de mudanças podem estar entre as causas do microgerenciamento. Mas também é possível haver um lado positivo na situação, já que isso geralmente se manifesta em profissionais altamente comprometidos a dar o melhor de si para a empresa.

Estas são as principais estratégias de Recursos Humanos para evitar o microgerenciamento e aprimorar a conduta das pessoas em cargos de gestão:

  1. Conscientização. É importante abordar os impactos negativos da microgestão nos processos de desenvolvimento de lideranças e orientação para atuais gestores.
  2. Alinhamento de expectativas. Trabalhar com métricas pode ser uma boa tática para evitar o acompanhamento constante e intrusivo do trabalho da equipe. 
  3. Feedbackconstrutivo. Em uma conversa franca sobre hábitos que podem se tornar tóxicos e estratégias para delegar trabalho e orientar a equipe com eficiência, vale a pena mencionar a lei do esforço invertido (que explica por que as pessoas começam a se sair mal quando exageram na tentativa de fazer o melhor).
  4. Suporte. Com canais de comunicação abertos para todos, é possível apoiar colaboradores e gestores sempre que for necessário.
  5. Cultura organizacional. Empresas que priorizam o bem-estar dos colaboradores tendem a desenvolver um ambiente de trabalho saudável, onde o microgerenciamento perde espaço para a autêntica liderança. 

Engajamento e bem-estar: a chave para a alta performance

Iniciativas para melhorar a experiência dos colaboradores são um ótimo exemplo de gestão engajadora. Procure criar um ambiente de trabalho positivo e acolhedor, onde cada pessoa se sinta valorizada e motivada a dar o seu melhor, evitando o microgerenciamento.

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Referências 


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Wellhub Editorial Team

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